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domingo, 3 de maio de 2009

Rolo compressor


Ela levantou da cama cedo.
Na verdade, não dormira direito. Passou a noite tendo pesadelos e acordava assustada.
Sentia o mundo em suas costas. Não estava com a vitalidade de uma garota de dezesseis anos.
Tinha envelhecido. Não fisicamente. Tudo parecia em ordem, porém, ela não estava em ordem.
Levantou-se e se arrastou até o banheiro. Se olhou no espelho, e o que via? Olheiras. Olheiras gigantescas. Rugas recém adquiridas devido a brigas, discussões, noites em claro, dor, culpa, irresponsabilidade e ... mentiras. Muitas mentiras. Mentiras para justificar noites fora de casa, mentiras para esconder telefonemas misteriosos, mentiras para ocultar o verdadeiro motivo do pranto, mentiras para esconder enjoôs, tonturas e idas constantes ao ginecologista, e a mais recente mentira para explicar sua palidez, seu emagrecimento súbito e a cólica que insistia em doer até o último fio seu de cabelo. Teria ela forças para aguentar a pressão de um aborto? Se não tivesse, teria que ter, pois o mal já estava feito.
Se olhava no espelho e se perguntava : Seria melhor se eu tivesse assumido a gravidez?
Mas ao mesmo tempo respondia : Não! Seria o fim.
Minha mãe sofreria um infarto ou entraria em depressão. Ela não tem emocional, como eu também não tenho. Meu pai ... esse faria eu ter um aborto espontâneo! Se ele já bate na minha mãe por ter deixado o feijão queimar, o que faria comigo? E de lambuja, perderia de vez o David. Não queria o nenem...nem queria saber de conversa. Era muito novo para assumir tamanha responsabilidade ( palavras dele... ). Iria ser mãe solteira, lutando contra tudo e todos? Sem trabalho, sem lar, sem família, sem amor? Não! Mentir foi a solução. O aborto foi a saída. Covardia? Medo? Insegurança?
Sim.
Fui fraca. Mas sou nova, não conseguiria ser mãe!
Minutos se passaram nesse diálogo entre ela e ela mesma. Suas feições variavam entre dúvida e convicção. De dor para subordinação a sua realidade. Estaria ela tentando justificar uma questão perdida?
Palavras ditas não voltam atrás. Mentiras são descobertas. Atos, sejam eles bons ou mals, têm suas consequências.
Ela mentiu. Mas terá que conviver com a sua consciência. Essa, não falhou. E cobrou.
Diante dessa cobrança, nossa menina chorou. Chorou como uma criança que verdadeiramente é, e ciente de que nunca mais será a mesma.

Post Blorkutando!

Ps: Devido a alguns probleminhas com o trabalho e a faculdade, deixei de postar o tema da 32º semana. Mas já estou de volta, firme e forte! \o/
beijoooo povim!

4 comentários:

  1. verdade seja dita todos mentimos, seria impossivel viver em sociedade só com a crua e por vezes cruel verdade, mas existe tipo e dosagens para mentir, e esta do texto, e irremediavelmente a mentira que faz mal e destroí a vida, tanto de quem mente como de quem ouve e vive a mentira.
    :)
    bom texto, um diferente ponto de vista

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  2. nossa, MEU DEUS, que post peerfeito.
    cara, eeu quasee choreei. fiico liindo *-*'
    boa sortee la no blorkutando, fico maara o texto.
    beeijos

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  3. Paraabeeeeeeens Aureea, voce ganho la no blorkutando. uhuu

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  4. AêÊ! Parabéns por estar entre os segundos colocados. Seu texto ficou bem reflexivo. Gostei bastante. Pena que essa menina foi tão covarde e fraca... =/
    Aborto é uma coisa terrível, na minha opinião.
    Um dos piores crimes.

    :**

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